![Foto: O MITO DO OLHO CELESTE
O Olho que aparece na narração do mito de Osíris e Horo é um episódio mitológico que na sua origem oferece dois temas diferentes: o tema do Olho solar e o tema do Olho de Horo; no correr dos séculos as duas tradições se interpenetraram.
Na lenda osiríaca o Olho de Horo é arrancado e depois restituído, para se transformar numa nova forma, o uraeus real. Mas o deus de Heliópolis, identificado com o Sol, possuía, também, um Olho, o "Olho de Ré". Este, que primitivamente era a Estrela da Manhã, foi, a seguir, posto ao lado de Osíris regenerado pelo filho. Mais tarde quiseram ver no Olho ora o Sol, ora a Lua. O Olho de Horo, arrancado e depois restituído, simbolizaria as fases da Lua; quanto ao Olho de Ré, freqüentemente foi assimilado ao culto de Maat, filha de Ré.
A deusa Maat representa a personificação de um dos conceitos fundamentais do pensamento filosófico egípcio. Ela encarna o princípio de ordem que rege o Cosmos e garante seu equilíbrio; encarna também a garantia da ordem social e moral, isto é, a conformidade das leis humanas com as divinas. Em outras palavras, é a deusa da Justiça e da Verdade. Nessa qualidade Maat assiste à pesagem da alma do defunto, diante do tribunal de Osíris, onde o coração, considerado como sede da consciência, deverá contrabalançar exatamente com a Justiça, incorporada na imagem da deusa.
Há, ainda, uma interpretação a respeito do Olho solar que gozou de larga difusão. Tis, cidade do Médio Egipto, da qual seria originária a I dinastia, era a residência de um deus conhecido sob o nome de Onúris (propriamente Ini-herit, "Aquele que reconduz a Longínqua"). Esse nome alude a um mito do qual possuímos somente versões tardias, mas cujo tema se fixou, certamente, no Império Médio.
O Olho do deus solar, que aqui às vezes assume a forma da leoa Tefnut, encoleriza-se violentamente com seu senhor. O Olho-deusa (em egípcio "olho" é do gênero feminino) se retira para o fundo da Núbia e lá pretende permanecer para sempre. Finalmente Onúris a vai procurar e, após havê-la acalmado com promessas, a conduz triunfalmente para Tis, onde o Olho retoma seu lugar na face do deus. Esta lenda, não raro, aparece sob a forma de conto popular. Ilustra, perfeitamente, a alternância das fases lunares. Como na lenda de Horo, o Olho celeste, após desaparecer, retoma ao seu estado primitivo.
Alguns mitógrafos fazem menção do Olho São, Udjat, com referência a esse tema; o Udjat, geralmente, é considerado como o Olho de Horo restabelecido pelos cuidados de Tot. Outra versão, porém, refere que se trata do segundo olho de Horo, aquele que não foi mutilado.
O tema do Olho de Horo foi abundantemente explorado no ritual; as fórmulas tradicionais, que acompanhavam as oferendas davam lhe poderes celestes , desta forma o culto do olho foi expandido .
Dicionario de mitologia”, de Tassilo Spalding](https://fbcdn-sphotos-f-a.akamaihd.net/hphotos-ak-ash4/s403x403/1511074_652376468152122_1921390885_n.jpg)
O MITO DO OLHO CELESTE
O Olho que aparece na narração do mito de Osíris e Horo é um episódio mitológico que na sua origem oferece dois temas diferentes: o tema do Olho solar e o tema do Olho de Horo; no correr dos séculos as duas tradições se interpenetraram.
Na lenda osiríaca o Olho de Horo é arrancado e depois restituído, para se transformar numa nova forma, o uraeus real. Mas o deus de Heliópolis, identificado com o Sol, possuía, também, um Olho, o "Olho de Ré". Este, que primitivamente era a Estrela da Manhã, foi, a seguir, posto ao lado de Osíris regenerado pelo filho. Mais tarde quiseram ver no Olho ora o Sol, ora a Lua. O Olho de Horo, arrancado e depois restituído, simbolizaria as fases da Lua; quanto ao Olho de Ré, freqüentemente foi assimilado ao culto de Maat, filha de Ré.
A deusa Maat representa a personificação de um dos conceitos fundamentais do pensamento filosófico egípcio. Ela encarna o princípio de ordem que rege o Cosmos e garante seu equilíbrio; encarna também a garantia da ordem social e moral, isto é, a conformidade das leis humanas com as divinas. Em outras palavras, é a deusa da Justiça e da Verdade. Nessa qualidade Maat assiste à pesagem da alma do defunto, diante do tribunal de Osíris, onde o coração, considerado como sede da consciência, deverá contrabalançar exatamente com a Justiça, incorporada na imagem da deusa.
Há, ainda, uma interpretação a respeito do Olho solar que gozou de larga difusão. Tis, cidade do Médio Egipto, da qual seria originária a I dinastia, era a residência de um deus conhecido sob o nome de Onúris (propriamente Ini-herit, "Aquele que reconduz a Longínqua"). Esse nome alude a um mito do qual possuímos somente versões tardias, mas cujo tema se fixou, certamente, no Império Médio.
O Olho do deus solar, que aqui às vezes assume a forma da leoa Tefnut, encoleriza-se violentamente com seu senhor. O Olho-deusa (em egípcio "olho" é do gênero feminino) se retira para o fundo da Núbia e lá pretende permanecer para sempre. Finalmente Onúris a vai procurar e, após havê-la acalmado com promessas, a conduz triunfalmente para Tis, onde o Olho retoma seu lugar na face do deus. Esta lenda, não raro, aparece sob a forma de conto popular. Ilustra, perfeitamente, a alternância das fases lunares. Como na lenda de Horo, o Olho celeste, após desaparecer, retoma ao seu estado primitivo.
Alguns mitógrafos fazem menção do Olho São, Udjat, com referência a esse tema; o Udjat, geralmente, é considerado como o Olho de Horo restabelecido pelos cuidados de Tot. Outra versão, porém, refere que se trata do segundo olho de Horo, aquele que não foi mutilado.
O tema do Olho de Horo foi abundantemente explorado no ritual; as fórmulas tradicionais, que acompanhavam as oferendas davam lhe poderes celestes , desta forma o culto do olho foi expandido .
Dicionario de mitologia”, de Tassilo Spalding
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